domingo, 23 de outubro de 2011

O Retrato de Dorian Gray (1945) e Dorian Gray (2009)






Com certeza boa parte daqueles que tiveram a oportunidade de ver ambos os filmes vai dizer que o de 45 é melhor. Talvez porque tudo o que foi feito no "antes" seja sempre super valorizado , talvez porque o cinema do pós guerra precisava ser discreto para abordar certos temas, talvez porque aparentam um cuidado artesanal no desenvolvimento da trama; enfim, a nostalgia desvia alguns pontinhos para a balança dos antigos em qualquer filme no momento da comparação com o remake.

Neste caso devo salientar que O retrato de Dorian Gray de 45 tem uma sensibilidade artística que poucos filmes alcançaram; A música, a fotografia e os objetos de cena são primorosos assim como o retrato do título em ambas versões, a do moço e a do monstro. O filme oferece ainda a possibilidade de ouvir Ângela Lansbury, incrivelmente jovem, cantando "Good Bye,Little Yellow Bird", canção popular não creditada no filme.



Agora a versão Dorian Gray (2009) foi criticado por alguns, aplaudido por outros, ignorado por uma parte e  ainda assim me parece uma tentativa sincera de reler o romance de Oscar Wilde para o público do século XXI.
Começando pela escolha do intérprete do personagem título, Ben Barnes, conhecido por esta geração como Principe Caspian de Narnia. O roteiro intensifica a parte de Lord Henry, "o lado negro da força" e sua influência sob o jovem Dorian. A depravação não fica subentendida nos cochichos da sociedade, é mostrada em montagem dinâmica. E o relacionamento de Dorian e sua primeira vítima, a jovem Sybil Vane, é menor  e mais intenso.
Os efeitos especiais são mínimos assim como  a presença do quadro, objeto possuído que mostra  ter  vida própria. É o quadro que observa Dorian quando ele se aproxima.
Tecnicamente, o filme fica bem abaixo do nível atual das produções inglesas, infelizmente.

Curiosidade:
A história foi filmada 18 vezes entre 1915 e 2009 em diferentes versões e países, tendo como base o livro.
Já a Liga Extraordinária (2003) cria um personagem ligeiramente diferente que preserva seu quadro para manter a beleza e vida eterna. Mas este é um super herói do bem,é claro.
********************************

O Retrato de Dorian Gray (1945) foi exibido no Projeto Cinema & Debates no auditório da Unifai em São Paulo seguido de uma interpretação do Prof Sidnei Vares sob a perspectiva filosófica de Platão. Onde o belo é interpretado como sendo também bom. Claro que aqui o belo é perverso,moralmente depravado, subvertendo a ordem grega que preza a harmonia e simetria ideal do belo.






Um comentário:

Biological Scenes disse...

Oie, tava procurando pra assistir veronika decide morrer online e achei teu blog ^^ passando so pra falar isso msm, pq adoro qnd as pessoas tao procurando algo e acham meu blog kkkk to seguindo bjo ;*

BONES-CINEMA-TV
>