Olhe, eu acho que é preciso um pouco mais que uma estação para eu entender o sujeito.
O mais recente livro de J.M.Coetzee tem o título de: Verão, cenas da vida na província. Na verdade é o terceiro livro que encerra as tais cenas, precedido por Infância e Juventude.
O tema é o autor antes de se encontrar como autor.
Propõe ser uma "ficção autobiográfica". Um biógrafo fictício entrevista pessoas que conheceram um falecido Coetzee no período entre 1970 e 1976 com o intuito de conhecer o homem por trás do escritor.
Desta forma mergulhamos nos relatos de partes da vida do escritor do ponto de vista destes entrevistados, com algumas incursões do biógrafo no decorrer da narrativa, como observadores.
Parece fofoca? Mais ou menos.
Já que cada pessoa tem sua própria versão do homem e nenhuma delas parece ser grande fã, tenho a impressão de que o autor tenta se afastar do podium de celebridade, pois mantenha-se em mente que as diferentes personagens são o próprio autor e que na verdade a opinião fictícia seria a opinião do autor sobre o que estas pessoas acham dele . Se as pessoas são reais? Não tenho certeza, pois na verdade o autor não está morto como afirma o livro.
A última parte do livro coloca partes do diário do autor e de certa forma alinhava todas as estórias, ao menos entendemos um pouco da solidão do escritor.
Com certeza não é o que eu esperava.
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Vi J. M. Coetzee uma vez, não sabia quem era, nunca lera nenhum de seus livros. Os outros entretanto tinham muita curiosidade em se aproximar dele.
Por este livro ele não me conquistou.
Em determinado momento me lembrei de um livro do Paulo Coelho : A bruxa de Portobello.
2 comentários:
Não tinha contato com o trabalho desse escritor, mas parece ser um caminho recorrente na literatura, esse de "autobiografar-se" através da ficção. É simplesmente estourar um conceito que já está, naturalmente, em qualquer produção escrita, uma vez que jamais se foge de alguma "personalidade própria", moldada pela história de cada um, quando se está escrevendo. Me interessei, vou procurar me inteirar no universo do autor.
Abraço Bones! :D
P.S.: Aceita ser a entrevistada do Anagrama para o mês que vem? Você foi uma das primeiras que eu pensei quando criei o espaço.
É uma coisa meio estranha esse livro, diferente das coisas q já li, mas ao mesmo tempo pareceu-me ser interessante.
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