quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Estrada - o livro - o filme.


Que tipo de pai arrasta seu filho por uma estrada sem destino definido, correndo o risco de ser atacado por ladrões e canibais, passando fome, saqueando cada estrutura que encontra e se escondendo de outras pessoas?
Aliás, se o objetivo era se afastar da humanidade a estrada seria o último lugar para se estar!

Tem livros difíceis de ler, por ser extenso ou demasiadamente explicativo, por ser técnico, por ser obrigatório.... esse ultimo foi o motivo de me afastar de bons títulos durante a adolescência.
E tem aquele livro que você pega e não consegue
largar até terminar. Este o caso de A ESTRADA de Cormac McCarthy ( Editora Alfaguara , 234 pp).
É o mesmo autor de "Onde os fracos não têm vez" .

Como o lançamento do filme se aproxima achei melhor ler antes o livro que já estava na estante a algum tempo.
Como já disse o livro é fácil de ler, quase um roteiro, com a narração da estória entremeada com o diálogo conciso dos dois protagonistas . Assim:
"Temos que parar, ele disse.
Está muito frio.
Onde a gente está?
onde a gente está?
É.
Não sei."
O mundo parece ter sofrido algum tipo de cataclisma que não fica explicado. Só sabemos que os incêndios consumiram as cidades e as florestas e o que não foi destruido de imediato foi sendo saqueado pelos sobreviventes.
Pai e filho viajam por essa estrada, aparentemente ela cruza o país e o objetivo é alcançar o mar e seguir para o sul em busca de temperaturas mais quentes. Mas nada disso é explicado. Só conhecemos de concreto o que acontece com os dois, os sonhos do pai e os diálogos entre eles.
A humanidade degradou-se muito rapidamente chegando ao canibalismo quando os suprimentos acabaram. Seus dias se resumem a andar e encontrar alimento e abrigo, Eles acumulam o que acham num carrinho de supermercado que têm que esconder cada vez que se aproximam das ruínas de algum vilarejo. Cobertores e sapatos são itens preciosos pois são raros. Comida? eles começam com um suprimento de enlatados e quando se esgota se contentam com cogumelos, maçãs secas, passas e sementes até
encontrarem algum item esquecido pelos saqueadores.
Dormem na floresta que margeia a estrada na maior parte do tempo.

Não é monótono como parece. Os dias se passam com surpresas a cada curva da estrada.

Eu sei que gostei de um livro quando começo querer dar uns tapas em algum personagem. Neste caso, o Pai.
Foram duas páginas para me perguntar o que tem na cabeça desse lunático. Ele não é muito esperto, um sobrevivente sim, mas não muito esperto. Ele se esconde na maior parte do tempo mas quando o perigo é óbvio ele ignora porque acha que o que ele pensou está certo e o grande cartaz dizendo PERIGO não tem nada a ver com ele.
Ou alguém acha sensato usar um sinalizador no meio da noite quando se está supostamente se escondendo??? Ou colocar uma arma nas mãos de uma criança???Ou andar abertamente numa estrada???
Por fim, estava tão irritada com o sujeito que acabei o livro em três horas.

O filme trará Viggo Mortessen como protagonista. Se comparar com os últimos personagens que ele fez, eu diria que o papel cai como luva. A estréia nos cinemas deve ser em 9 de Abril. E o elenco de coadjuvantes impressiona. Eu nem notei tanta gente assim no livro.(rsrs).
Claro que a estória foi adaptada para o cinema. E se a cumplicidade dos dois protagonistas for mantida no filme então valerá o ingresso.

trailer


Um comentário:

Caio Coletti disse...

Nossa, eu queria ler A Estrada, tô louco pra ver o filme, Viggo Mortensen se mostrou um grande ator com excelentes escolhas de projetos depois de "O Senhor dos Anéis". Ele é o grande destaque de "Appalooosa", pra mim, por exemplo, mesmo contracenando com gente do quilate de Ed Harris, Jeremy Irons e Renée Zellweger.

E o garoto Kodi-Smit McPhee promete muito também, quem sabe ele não se torna um desses fenômenos juvenis do cinema, certo?

Esperar pra ver.
Abraço! :D

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